Pontualmente, hoje é advogado que o tratamento clínico e conservador é o mais vantajoso para os pacientes com malformação artério-venosa que não apresentaram eventos hemorrágicos.  Até o momento, o ARUBA é o maior estudo prospectivo e controlado a analisar as intervenções possíveis hoje (tratamento médico, cirúrgico, endovascular e radiocirúrgico) para este tipo de lesão vascular. Vale salientar que o estudo foi fomentado pelo NINDS, o que pode de certo modo conferir maior imparcialidade científica.

Dos 223 pacientes incluídos no trial, com uma média de seguimento de 33 meses, 114 casos foram tratados com intervenções e 109 conservadoramente (medicações para sintomas clínicos).10,1% dos pacientes do grupo clínico atingiram o end-point primário de morte ou AVC; no grupo submetido às intervenções, 30,7% (não à toa o NIH mandou interromper o estudo antes do n calculado e planejado).

O ARUBA foi inicialmente apresentado no congresso europeu do ano passado, e na época, muitas críticas de neurocirurgiões e radiologistas intervencionistas a respeito do seguimento curto destes pacientes e sobre a possibilidade dos casos mais jovens terem maior risco de sangramento futuro, com desfechos desfavoráveis médio ou longo prazo. Perguntas são inúmeras e ficaram a serem respondidas: O que propiciou os eventos após o tratamento? Quantas das lesões foram consideradas como curadas? Por que os principais eventos aconteceram com pacientes S-M I e II?

Algo pontuado, mas sem significância estatística, foi a experiência do intervencionista e o bom desfecho dos casos. É notório, e isso foi argumentado com brilhantismo pelo Prof. Charbel Mounayer no Congresso da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista (SOBRICE 2014) que estamos diante de um estudo importante, que mostra que a taxa anual de sangramento é relevante e que os pacientes devem ser acompanhados e tratados, definitivamente, quando acontece evento hemorrágico e seletivamente nos casos assintomáticos conforme experiência do intervencionista e vontade do paciente

Veja também: http://www.ineuro.com.br/2014/05/aruba-trial-o-que-e-melhor-nas-mavs-assintomaticas/